28 de abril de 2019

Calendário indígena Kariri-Xocó



Hoje fui presenteado por meu amigo Nenhety com um calendário interessante, rico em cultura e sabedoria. Não foram os nomes indígenas para cada mês que chamou-me a atenção ou os da semana. Foi o calendário nativo, inciado no mês de Junho.
Nenhety é a memória viva da tribo Kariri-Xocó e tudo nele exala a cultura do seu povo. Neste calendário, ele diz:
"O homem branco nos deu nomes para nos dividir e tentou eliminar nossa Cultura e religiosidade. Mas sobrevivemos e temos o dever de restaurar a nossa unidade Cultural e Tradições, temos que voltar a comemorar o nosso ano novo que é com o nascimento das plêiadas, no hemisfério Sul, que é por volta do dia 5 de junho.
O calendário Indígena varia pelos contrastes climáticos, geográficos, culturais ou por fatos históricos. Pode ser formado pela realidade local de cada povo".

Vejam na imagem o calendário indígena na ordem do ano gregoriano (lunar), os dias da sema e na ordem do ano nativo.



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19 de abril de 2019

O Anachorêta

Pintura: Aurora López
Porto Real do Collegio, 3 de Julho de 1875.
ESTIMADOS REDACTORES

O triste espectaculo de que no 1° do corrente mez, foi testemunha este povoado, merece a mais seria attenção do governo, e mesmo de todas as pessoas a quem de direito compete o dever de velar pela tranquilidade publica, e cumprimento das leis em vigor. 

As oito ou nove horas da manhã d'aquelle dia, entrou repentinamente nesta povoação um grupo de sediciosos de ambos os. sexos, em numero de mais de 300, que causou não só admiração e surpreza, como mesmo assombro e pasmo!

Armados de clavinotes, bacamartes, fouces, lanças, chuços, punhaes e facas de ponta, na occasião em que o escrivão de paz ia pregar na porta da Matriz o edital de convocação para os trabalhos do alistamento do recrutamento por sorteio, que deve principiar no 1° de agosto prox. seguinte, dirigirão-se a elle e brutalmente tomarão lhe e rasgarão o referido edital, escapando miraculosamente o escrivão de ser victima do vandalismo!

Em seguida, dirigirão-se ao juiz de paz, Francisco Ferreira de Carvalho Patriota, que encontrarão na rua, e conduzindo-o em forma de procissão, a força de armas, fizerão-no entregar-lhes o folheto da lei, que escandalosamente rasgarão!

Ja se achava de retirada essa órda de desalmados sediciosos, quando, insuflados, por Lourenço Ferreira de Oliveira, sua mãi —conhecida por Maria sapateira,— José Alves, Antonio Ferreira de Mello Patriota o Manoel Vieira de Mello, tornarão a voltar e de novo atacárão o Juiz de Paz, para tomarem-lhe o Regulamento respectivo, e bem assim a Joaquim Antonio d'Oliveira, que, igualmente ao Juiz, esteve por momentos a perder a existência!

A Divina Providencia agradecemos o não ter a lamentar horríveis desgraças; e a Santissima Virgem, fazemos votos, para que nos proteja e livre do que estamos ameaçados o 1ª de agosto!

Não he de admirar, que a plebe infima dos matos, affeita ao selvagismo, atire-sa cegamente a cometer crimes desta ordem; o que nos sorprehende, porém, é que pessoas que morão em povoados como este, cheguem a insuflar a perpetração de táes delictos, somente com o malvado desejo de ver derramar-se o sangue humano!

He de Direito divino e humano a obediencia ás nossas leis; e se são delinquentes os sediciosos que aqui entrárão e cometterão o escandaIoso attentado de tomar a força de armas e rasgar o inness que continha uma lei promulgada, e mandada executar, no mesmo caso estão aqueles insnfladores, que assulavão a plebe, e portanto devem todos ser punidos!

O Governo, e todas as mais autoridades, a quem o direito competir, devem tomar as mais serias providencias, para que não se reproduzão factos desta ordem, que podem trazer-ns as mais lamentaveis disgraças. 

Queirão, senhores redactores, publicar estas toscas linhas, que disso lhes será sempre grato.

O Anachorêta

Fonte: https://www.facebook.com/HadrianosRibeirus/. A Real do Porto. Acesso em 19/04/2019.
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29 de janeiro de 2019

Um olhar no Cubismo Analítico

Orlando Santos é colegiense. Também é conhecido como o Pablo Picasso alagoano. Com mais de trinta anos na estrada das artes plásticas, tem exposto seu trabalho por aí. Exemplo disso foi a exposição Um olhar no Cubismo Analítico que aconteceu no dia 29 de dezembro de 2016 até o dia 27 de janeiro de 2017. Conheça esse colegiense assistindo ao vídeo da TVCOM Maceió. Saiba mais sobre ele e seu trabalho.


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23 de novembro de 2018

Porto Real do Colégio: História e Geografia


O próprio nome do livro diz respeito a História e Geografia do município de Porto Real do Colégio, nas Alagoas. Nele, ainda há um apêndice intitulado É bom saber! O conteúdo histórico fala da origem da cidade, as primeiras expedições, a colonização, o aldeamento e outros fatos relevantes que aconteceram na época. Quanto aos aspectos geográficos, o leitor compreenderá a localização de Colégio no mapa de Alagoas e na microrregião de Penedo, seus limites, a população, sua formação étnica e outros dados relevantes. É claro que o autor não poderia esquecer da parte cultural, onde  as lendas e mitos são citados, a produção artesanal e outras manifestações do povo. A seção É bom saber traz uma novidade: Colégio teve um representante no Senado Federal através do projeto O Jovem Senador. 
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6 de junho de 2017

Leis e estatuto

Prefeitura Municipal

Estão disponíveis para downloads as leis municipais que trata do servidor público do município de Porto Real do Colégio - Alagoas.
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27 de fevereiro de 2017

Inauguração da Ferrovia Palmeira-Colégio (15 de dezembro de 1950)

Por Hadrianos da S.R.

O texto abaixo foi copiado do livro Palmeira - Colégio, do jornalista, político, comerciante e escritor
Boa Ventura Vieira Dantas (14/07/1896 - 04/11/1964), publicado em 1953. E representa o relato dele sobre a inauguração do trecho da Rede Ferroviária, entre Palmeira dos Índios e Porto Real do Colégio, no caminho de várias outras cidades alagoanas como Arapiraca, Olho d'Agua Grande, etc. Junto a descrição, duas imagens do momento da inauguração. Vale Ressaltar a força intelectual do Sr. Boa Ventura Dantas, que entre os anos de 1937 a 1950, fez do papel e da caneta suas armas para lutar pela
construção da linha férrea, projeto que segundo ele, foi pensado desde os primeiros anos de 1900, e que só pôde ser concretizado em 1950, estabelecendo um corredor de transporte do Rio Grande do Norte até o Sul do Brasil. A cidade de Propriá, desde 1915, já contava com uma linha ferroviária, que fazia a ponte até Salvador. Vários foram os textos publicados no Jornal "A Defesa" de Propriá, estando o senhor Boaventura entre os jornalistas da Associação Sergipana de Imprensa, sob a matrícula nº 166. É dele, inclusive, o projeto do feriado de emancipação política de Porto Real do Colégio, aprovado em 1948. Substantivas foram suas contribuições a esse município, contudo, nada a este legitimo colegiense foi dado em sua homenagem, infelizmente, essa cidade possui uma cultura de não preservar a memória de seus munícipes, ou pior, de só render homenagens a suas figuras mais obtusas, salvo raríssimas exceções.


De qualquer forma, a História trabalhada nessa fan page está aqui para resgatar parte das memórias que ainda não foram apagadas pela ausência de uma cultura cidadã. 
Segue abaixo o texto. Uma boa leitura.

XXXIII

E o sonho transmudara-se em aurifulgente realidade, realidade que empolga milhares de nordestinos do Rio Grande do Norte a Alagoas, sonho de importância capital para o nosso país, pois está praticamente ligada a formosa e brava região nordestina a todo o sul do nosso sempre querido Brasil.

Não só ao Rio de Janeiro e São Paulo, mas a todas as unidades meridionais e mesmo a um país visinho: o Uruguai, antiga Cisplatina, ex-Pronvíncia brasileira.
Eram 12 horas e quarenta minutos, quando garbosamente ingressava em nossa cidade, que se encontrava engalanada e repleta de enorme multidão concentrada nas imediações da estação e em todas as ruas da cidade, a locomotiva n. 315, atrelada à vanguarda de seis carros, sendo dois da administração, dois de 1ª classe, um carro restaurante R-8 e um de bagagens, fedendo o ar, a essa hora inúmeras girândolas de foguetes, apitando locomotivas, repicando os sinos centenários de nossa Matriz, como que, em nome de Deus, abençoando o festivo e histórico evento, tocando o Hino Nacional, e depois belíssimas peças do seu repertório a “Filarmônica Santo Antonio”, iniciando-se logo após o desembarque da comitiva que estava assim constituída: eng. Cornélio da Fonseca Júnior, chefe do Distrito Fiscal, do D. N. E. P.; eng. Lauriston Pessoa Monteiro, chefe do Distrito de Construção – 3, do mesmo departamento; coronel Braulio Guimarães, chefe da Comissão da Rede 7, do glorioso exército de Caxias; coronel Raul Malheiros, representando o comando da Zona Aérea; eng. Brito Pereira, administrador da Great-Western; eng. R. H. sub-diretor da mesma empresa nacionalizada; eng. Aquilio Porto, Chefe do Tráfego; eng. Lafaiete Bandeira, chefe de transportes; eng. Nacional; eng. Orlando Rocha, chefe de Obras Novas; eng. Emanuel Nazareno, chefe da Via Permanente; eng. Terence Hanson, chefe de Obras; Paulo J. Castilho e Nelson Miranda, engenheiros Assistentes da Diretoria; eng. Hélio Lobo, Diretor da “Estrada de Ferro Sampaio Correia” e eng. Humberto Torres da mesma Empresa; eng. Malta Cardoso, chefe de uma das firmas que forneceram material para a construção do trecho recém-inaugurado. 

Representando a imprensa do Recife vieram os jornalistas Paulo Couto Malta, Pela “Associação de Imprensa” e Diário de Pernambuco”, Dr. Carlos Luiz de Andrade, pela “Folha da Manhã” (Edições matutinas e vespertinas) e Gaston Manguinho pelo “Jornal do Comércio”, “Diário da Noite” e Rádio Jornal do Comércio”, representantes do “Jornal de Alagoas” e “Gazeta de Alagoas”, da capital alagoana, jornalistas Correia Lima e Ernesto Aminthas, respectivamente; representaram a Imprensa sergipana os jornalistas Jaime Laudario, José O. Carvalho, Antônio Tavares, Edgar Vieira de Lima e Josias Nunes, do corpo redacional do “Correio de Propriá”, Deputados Joaquim Viegas e Pe.
Medeiros Neto, da bancada federal alagoana. Após a chegada realizaram-se as cerimônias de leitura e assinatura da ata, seguidos de vários discursos. 

Em nome do Prefeito do Município falou o nosso prezado confrade Dr. Josias Nunes.
Em seguida falou o eminente alagoano Dr. Joaquim de Barros Viégas, que foi grandemente ovacionado e, em nome da imprensa de Pernambuco e do das Alagoas, o jornalista Dr. Carlos Luiz de Andrade.

Logo depois rumavamo-nos para o local em se realizara o formidável banquete de 240 talheres, que o grande eng. E patriota, êmulo do Barão de Mauá, Dr. Camilo Collier, chefe da renomada E. C. C. C. Ltda., oferecia às autoridades, jornalistas e convidados, onde ao champagne o eng. Adhemar Benévolo, em nome do D. N. E. P., fez um brilhante discurso, perorando com as seguintes frases: “Bebo a saúde do Rio São Francisco. Elevo a minha taça em louvor de sua honra, de sua glória, de sua grandeza e de sua majestade”. Em nome do Prefeito local falou mais uma vez o nosso estimado confrade Dr. Josias Nunes.

Após, falou eloquentemente o talentoso eng. Dr. Camillo Collier, que focalizou a sua, dele, luta em prol da construção da estrada recém-inaugurada, tecendo um hino de louvor aos humildes “cassacos”, agradecendo o apoio dos governos federal, estadual, da bancada alagoana, da imprensa Nordestina, do povo da região beneficiada. Perorando, rendeu um comovente preito de homenagem ao crepe e à saudade, recordando a figura do grande e saudoso eng. patrício Gordilho de Castro, aquele que já do seu leito de morte, procurando conhecer do andamento das obras de ligação Palmeira – Colégio, deixou sair de seus lábios esta frase, sintetizando o seu amor, o seu grande amor à obra que tanto ajudou a
crescer: - “Lamento morrer e não ver concluído aquele trecho”. 
Depois falaram brilhantemente sobre o feliz e renomado evento os grandes oradores e parlamentares alagoanos, Deputados Pe. Medeiros Neto e Dr. Joaquim de Barros Viégas, os quais foram delirantemente aplaudidos.

Encerremos com o presente artigo a série que iniciamos há quase dois decênios, tendo por objetivo a ligação ferroviária entre o nordeste e o extremo sul do meu país, como n’um caloroso abraço representativo do progresso e da união entre filhos de uma mesma Pátria, até então desconhecidos ....

Ao eminente estadista Dr. Getúlio Vargas, aos generais Pedro Aurélio de Góes Monteiro e Eurico G. Dutra, o Presidente imortal, à bancada alagoana, aos Drs. Camilo, Pedro e Luiz Collier, deixamos aqui consignada a nossa eterna e imorredoura gratidão, em nome do povo, do bravo, dinâmico e bom povo Nordestino.

Colégio, Alagoas, 15 de dezembro de 1950.
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24 de maio de 2015

Rapadura vermelha

Nhenety

Por Nhenety Kariri-Xocó
Guardião da Tradição Oral

Somos índios evoluídos sim. Estamos aqui há muito tempo, antes de Colombo chegar na América. E como todos os povos, desde o início de nossa civilização, vivemos evoluindo. Com a invasão, fomos forçados a um grande processo evolutivo cheio de sofrimentos. No Nordeste temos 500 anos de resistência e ainda contamos nossa história.

Foram feitos aldeamentos para diminuir nossos territórios, foram implantados colégios jesuíticos para tirar nossa língua, para impor uma religião, mudando nossa estrutura sociocultural. Se nossas casas estavam dispostas em círculos, impuseram as linhas retas. Se vivíamos em uma grande maloca coletiva, os padres botaram um casal por casa. O índio cuidava de sua subsistência e foi forçado a trabalhar para a Igreja, para a acumulação de bens. Quando o índio precisava de algum produto ia na floresta e colhia, depois foi obrigado à força a ir além de seu limite físico e muitos morreram carregando bens para outros, tirando além do certo. O novo sistema trouxe a devastação da Natureza e a extinção de etnias, de animais e de vegetais.

Uma comunidade indígena expressava sua potencialidade quando tinha mais de 300 pessoas, cada indivíduo com sua função social no coletivo e, quando os invasores exterminavam noventa por cento da população de uma etnia, os trinta indígenas sobreviventes não podiam mais expressar a sabedoria dessa cultura, ficando desestruturados. Daí a estratégia do invasor era juntar em um espaço só trinta sobreviventes de uma etnia, com vinte de outra e dez de outra; confinados a um lugar só, criando uma nova confusão, homogeneizados através da imposição do uso da língua portuguesa, suprimindo todas as religiões. Os indígenas ou morriam na luta ou morriam lentamente na ditadura do aldeamento, morrendo culturalmente.

Um amigo Kiriri me ensinou assim: A partir da colonização, nós indígenas não mais vivemos mas SOBREVIVEMOS. O índio que vive está em harmonia com a Natureza. Mas hoje, nós só sobrevivemos; temos pouca terra; o sistema nos incomoda; continuam tirando nossas terras, nossa educação tradicional, nossa religião. Índio e Terra são indivisíveis. Terra é Mãe, é Avó, é família, é tudo. Tudo isso está vivo. Temos nossa memória viva. A terra também tem sua memória. Na terra está registrado tudo. Se escavar vai encontrar ponta de espadas por cima da ponta da flecha, cacos de barro de nossos antepassados, urnas funerárias de cerâmica quebradas e as moedas do invasor.
Nós indígenas passamos todas as fases do Brasil; desde antes dos espelhinhos e da tinta vermelha... Foram muitas as estratégias para nós indígenas deixarmos de ser nós mesmos e funcionarmos como uma peça do capitalismo. A educação foi e é usada para isso.

Nos primeiros tempos da colonização foram colocados os povos diferentes, de culturas e línguas diferentes. Cada povo tinha sua educação originária de caráter natural. Essa educação era um sistema adaptativo; adaptado à Natureza. Os indígenas viviam sempre em harmonia com a Natureza; em sintonia com a Mãe Terra, até os colonizadores instalarem um novo sistema. Tiraram os caciques e colocaram os capitães-mor; tiraram os Pajés e botaram os padres. Fizeram o plano para a retirada dos conhecimentos dos povos e implantar uma nova mentalidade: a da produção capitalista. Primeiro, destruíram a mata atlântica para vender a tinta vermelha na Europa; depois, colocaram a cana de açúcar para produzir açúcar para Europa. Substituíram a mata por cana e botaram índios como escravos. A essa fase do Brasil eu chamo de Memória da Rapadura; que veio logo depois da Memória das miçangas e antes da memória das pedras brilhantes.

Contato:

nhenety.indiosonline@gmail.com
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4 de abril de 2015

Viu o home?

Acaba de ser publicado o livro “Viu o home?”, de autoria de Ronperlim. Esse livro é uma coletânea de crônicas publicadas no site Tribuna da Praia desde 2007.

Viu o home? agradará a todos que gostam de um bom texto, especificamente aqueles que se interessam pela política. As personagens e ambientes têm como inspiração o Baixo São Francisco.
Sobre o livro:

A expressão Viu o home? é muito comum nas cidadezinhas. Ela identifica e valoriza os gestores públicos municipais. 

É conhecido de quem fala e de quem ouve, além de expressar uma maneira de respeito, apreço. De forma geral, é a identidade de quem exerce o poder político e é conhecido da população. 

home, visto como alguém capaz de solucionar problemas de caráter político e eleitoral; mesmo que para isso seja necessário quebrar regras, desrespeitar costumes, violar leis. E deve estar pronto para isso. 

É alguém supervalorizado, endeusado, cobiçado pelas vantagens que pode propiciar. Por isso não lhe falta camarilha, financiadores, nem os paparazzi das línguas.  

home é a expressão centralizadora, de decisão final, de liberação, de benefícios, favores, repreensão, afronta, crueldade, perseguição e endeusamento atribuídos aos empregados eletivos. É isso que você lerá neste livro.

Ficha do livro:
Titulo: “Viu o home?”
Autor: Ronperlim
Editora: Letras e Versos
Nº páginas: 87
Preço: R$ 20,00

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19 de março de 2015

A Pintura indígena

Por Josemar Pires
 
Embora chame muita atenção A Pintura Indígena representa mais que simples traços e formas, o Corpo Representa uma Tela onde são guardados segredos e Experiências vivenciadas pelos indivíduos e são refletidos perante os demais, que lhe proporciona Respeito e Reverencia.

 A mulher usa na maioria das vezes Desenhos em Forma de Círculos, que Representa a Fertilidade, Em Reverencia a Mãe Terra que nos Proporciona Todos Os meios necessários para nossa sobrevivência e é também Pelo Formato Que A barriga fica no período da Gestação.

 Os Homens têm como figuras as Experiências vividas ou habilidades desenvolvidas, que ganham notoriedade perante os outros membros das comunidades e até gera uma certa influência na hora de construir sua Família.

 A Tonalidade Preta, que São Feitas de Carvão e Mel de Abelha (Para Cerimônias de Pouca Duração) ou do Sumo Do Jenipapo verde que demora mais dias para sair completamente da pele, Representa a Noite (Ou invisibilidade) Por ser uma vantagem nas Lutas Noturnas. E o branco Do Tóa, Argila muito utilizada no tingimento de alguns Utensílios domésticos e No Corpo Representa a Paz e a Harmonia uma forma de demonstrar para os desconhecidos Que Eram amigos . Embora cada Etnia Tenha sua simbologia a Cultura Indígena em si Deriva da Relação e dos conhecimentos Naturais, Conhecimentos Esse que muitas vezes Foram Perdidos nas várias Lutas Pela Sobrevivência De Cada Povo.

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13 de fevereiro de 2015

O canto das farinhadas

Farinhada
Óleo sobre tela de Orlando Santos
O cd, O canto das farinhadas, produzido na gestão do ex-prefeito Eraldo Cavalcante Silva foi gravado pela Servestudio, em Propriá, Sergipe.

Escutá-lo é mergulhar no que há de mais profundo, enraizado na cultura colegiense. Se não fosse a intervenão municipal, essa riqueza cultural teria se perdido. Não seria possível ouvir as músicas A mandioca se acabou, Andorinha e outras.

Como diz seu idealizado, o ex-prefeito Eraldo C. S.: “(...) nós batizamos por unanimidade a “farra” mais conhecida de farinhada, como mandiocada, mais precisamente à região de Porto Real do Colégio (AL) e que é emitida com o som nasalado, transformando-se em mãedocada”.

Participaram da gravação deste cd as senhoras Irene, Rita, Luzinete, Vandete, Cícera, Adriana, Valdeci, Edileuza.Ilza, Olindrina, Ana Maria, Renilde, Sileide, Zeferina, Carmelita, Rosilene, Solange, Eurides, Nadi, Lourdes. Elas são dos povoados Gila, Pau da Faceira, Canoa de cima, Canoa de Baixo, Capim Grosso, Retiro e Maraba.

Tão importante é O canto das farinhadas que Foturna nos presentou com a sua belíssima voz cantando Leva eu saudade.

Transcrevo a letra dessa música para que você possa acompanhar e refletir sobre o amor e saudade.

Interpretada por Fortuna (CD Novo Mundo)

LEVA EU SAUDADE

Eu tava forrando a cama
A cama pro meu amor
Deu um vento na roseira
A cama se encheu de flor
Leva eu, saudade
Se me leva eu vou

Cajueiro pequenino
Carregadinho de flor
Eu também sou pequenina
Carregada de amor
Leva eu, saudade
Se me leva eu vou

Eu tava forrando a cama
A cama pro meu amor
Deu um vento na roseira
A cama se encheu de flor
Leva eu saudade
Se me leva eu vou

Meu amor não era esse
Nem a esse eu quero bem
Vou ficar amando a ele
Enquanto meu amor não vem
Leva eu, saudade
Se me leva eu vou

Eu tava forrando a cama
A cama pro meu amor
Deu um vento na roseira
A cama se encheu de flor
Leva eu, saudade
Se me leva eu vou

A flor já ta quebrando
Eu sou flor branca amorosa
Eu te amo por capricho
Pra matar as invejosas
Leva eu, saudade
Se me leva eu vou


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16 de agosto de 2014

Campo Alegre

Sua história e sua gente - Em data precisa que a História não guardou, mas sabe-se, por volta de 1750 a 1800 o cacique de uma tribo de índios da nação [1]açonas que habitava a região de Porto Real do Colégio, raptou Ana Margarida de Barros, filha de um rico proprietário que atravessara o Rio São Francisco fugindo da sêca (sic) que assolava Sergipe. Trouxera consigo muitas cabeças de gado, fixando-se naquela zona. O casal foi residir em Salomé (hoje São Sebastião) e mais tarde, veio a casar religiosamente em Penedo. Desta união, nasceu Antônio de Barros que alguns anos depois, já rapaz, chegou ao [2]local que seria mais tarde, a sede do atual município de Campo Alegre.


MOTTA, Hilton C. Enciclopédia dos Municípios Alagoanos. Maceió: Sergasa, 1988.




[1] Leia-se Aconãs.
[2] Refere-se a Mosquito de Cima.
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21 de abril de 2014

O Pablo Picasso alagoano

Quem vai com frequência ao Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares, de Maceió, certamente já deve ter apreciado diversas obras de arte, dentre as quais se destaca um belíssimo painel que retrata camponeses alagoanos. Este quadro é de autoria de Orlando Santos.

De repente, você já viu quadros do mesmo pintor em hotéis (Ritz Lagoa da Anta), restaurantes e casas de Maceió, inclusive na minha.

Tão logo vi pela primeira vez sua obra, fiquei fascinado (estava na casa de uma amiga, Clarissa Soares). Procurei-o imediatamente, que me recebeu com muita atenção em sua casa/ateliê, no Eustáquio Gomes, em Maceió.

Chegando lá, vi sua vasta produção, de estilo inconfundível: o cubismo, com tons regionais.
Natural de Porto Real do Colégio-AL, Orlando Santos já participou de várias exposições. Em seu site, consta que: “Artes plásticas e cultura popular. A união dessas vertentes se torna um prato cheio nas mãos do cubista alagoano Orlando Santos, que consegue transmitir com pinceladas a grandeza e o colorido das manifestações folclóricas do Nordeste. Seus quadros podem ser vistos em hotéis, pousadas, escolas, e lojas, e também no saguão do aeroporto Zumbi dos Palmares (Os Camponeses – Acervo Infraero), em Maceió”.

Recebeu a seguinte crítica de BeneditoRamos.

“É aquele artista que consegue cristalizar sua obra num estilo marcante e pessoal. Dono de um colorido rico, de texturas luminosas e belas transparências, criou um desenho firme que se acentua, multifacetado compondo harmoniosamente cada obra. Conhecedor das manifestações populares do povo nordestino, abriga sua composição sob um suporte de brasilidade inconfundível. Suas figuras parecem estar atentas, ora olhando firmemente o observador, ora absortas na paisagem que lhe circulam. Como uma colcha de retalhos, assim é sua obra, o artista vai preenchendo os espaços entre a cor e a forma sugerindo imagens que apenas se delineiam. Mas, é sobre tudo a cor, é esta cor que parece pousar levemente sobre o objeto, escondida entre tantas outra cores menor, que nos leva a formar nossa imagem particular. Aquela imagem que surge num traço, num gesto apressado, numa sombra disfarçada. É nesse recanto longínquo da nossa percepção que o artista reserva toda profundidade e o caráter social de seu trabalho. É quando descobrimos a melancolia escondida no olhar de suas figuras. Uma tristeza que se disfarça na seriedade dos rostos, é a própria luz noturna da paisagem urbana que peramula até o bruxuleio da madrugada. É assim que, Orlando Santos consegue nos revelar esta relação profunda do artista com sua gente”.


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2 de fevereiro de 2014

Objeto do Canto

Maracá de cambuco.
 
Temos o maracá, instrumento de cuité que inicia o ritmo do canto, o búzio, uma trombeta de facheiro que marca a cadência do som, ambos elementos produzido segundo modelo cultural pelo artesão para esta finalidade musical. Cantar Toré começa até mesmo antes de nascer, porque a gestante com a criança no ventre passa ao filho as emoções para o futuro componente tribal. Após o nascimento, existe um Toré anunciando o novo membro da Tribo que receberá um nome e será reconhecido socialmente pelos parentes com uma dança. Portanto a música está presente em todo acontecimento constituindo o mundo cultural indígena sendo veículo expressivo e comunicativo.
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24 de novembro de 2013

Zezinho Sanfoneiro

José Rosendo dos Santos (Zezinho Sanfoneiro) e a Banda Milho Verde teve participação especial no cd ZéPaulo, o major do forró: a andorinha com as músicas Amor desmantelado e Milho verde do forró em 1994.  Zezinho Sanfoneiro ou do Acordeon foi o primeiro cantor e compositor colegiense que participou do lançamento de um cd.

A Banda Milho Verde se apresenta, faz anos, no espaço do Forró Real que acontece entre os dias 22 a 29 de junho de cada ano. O Forró Real acontece na Praça de Eventos, específica para esse fim, localizada no fundo da antiga estação ferroviária na Av. Gov. Moacir Andrade.

Contato: (82) 3553-1774
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10 de junho de 2013

Neto do Forró

José Ferreira Neto nasceu em 10 de outubro de 1957 no Povoado Carnaíbas, zona rural de Porto Real do Colégio. Filho de Valdete Ferreira dos Santos e Ezilda Féliz. Estudou até a sexta série no povoado onde nasceu. Veio para a cidade em 1991. É Agricultor e cantor

Seu nome artístico é Neto do Forró. Seu primeiro Cd, denominado Homenagem Ribeirinha (A letra da música Homenagem Ribeirinha homenageia a cidade de Porto Real do Colégio), foi gravado em Propriá no estúdio de Lourival, patrocinado pela prefeitura de Porto Real do Colégio na gestão do ex-prefeito Eraldo Cavalcante Silva. O segundo foi gravado ao vivo na cidade de Neópolis ficou conhecido como Neto do Forró ao vivo.

Em 2007, no Forró do Comércio na cidade de Propriá – Sergipe, foi gravado Neto do Forró & Bruno dos Teclados ao vivo por Betinho Foto Studio. Foram gravados o CD e DVD.  Em 2008 lançou seu último CD, denominado Neto do Forró Volume IV no Studio D em Propriá – Sergipe.

Todas as composições são de sua autoria, exceção para a música Conselho ao motorista em parceria com Zequinha do Acordeom que se encontra no volume IV.

O estilo de suas músicas varia entre o forró pé-de-serra, eletrônico e brega. Apresentar-se-á no Forró Real no dia 29 de junho.

Contato para shows: (79) 8855-3903 
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28 de abril de 2013

Fernando Vênus


Fernando Vênus é natural de Porto Real do Colégio – Alagoas. Atualmente reside em São Paulo, capital.

Seu primeiro CD “Assim cantava Carlos Alexandre” foi gravado pala Atlantis Estúdio de Gravações Ltda. Todas as músicas foram compostas por ele. O estilo de música é sugerido pelo título do CD que homenageia Carlos Alexandre, conhecido cantor brega dos anos 70 e 80.

Pela mesma gravadora veio seu segundo CD, denominado Filho do mundo. Eis um trecho da letra:

Meu velho pai
Há quanto tempo que a gente não se vê
Mas a ausência não fez te esquecer
Mesmo eu sendo um filho que o abandonou

Novo ano, nova era é o seu trabalho recente, gravado em 2012.
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20 de abril de 2013

Múcio Niemayer

Múcio Niemayer Feitosa é artista plástico, músico, professor de História e Arte-educador.

Seu contato com a arte é desde criança, sempre estimulado por familiares. Mas foi na adolescência, influenciado pelo artista plástico, geógrafo, técnico em engenharia-arquitetônica e professor Antônio Jorge Maia, que ele deu início ao desenvolvimento de pinturas em telas, expondo pela primeira vez na Galeria Álvaro Santos, em Aracaju por indicação de seu mestre. A partir daí, pintou vários quadros por encomenda.

Compôs pela primeira vez em 1996 a música Menino Rei. Em 1999 ingressou na Faculdade de Formação de Professores de Penedo (FFPP). Nela, conheceu Wendel Mota, seu parceiro de idealizações e de composições. Em agosto de 2001, por meio da Secretaria de Educação, na gestão do ex-prefeito Eraldo Cavalcante Silva, gravou o cd O meu por quê. Nele, músicas como Menino Rei, Opara, Caminhos e outras foram em compostas em parceria com Wendel.

Em 1988 torna-se docente na Escola de 1º e 2º Graus Centro Educacional Professor Ernani Figueiredo Magalhães e o final de 1999 servidor efetivo do município de Porto Real do Colégio na área docente. Entre 2002 e 2003 leciona Artes na Escola de Educação Básica e Profissional Fundação Bradesco, em Propriá - Sergipe. Em 2006 torna-se professor da rede estadual na escola D. Santa Bulhões. Torna-se, no mesmo ano, Diretor escolar dessa mesma instituição e conclui em 2007 sua especialização em Arte-educação pela Faculdade São Luís de França, em Aracaju – Sergipe.

Nos anos de 2005 a 2008 foi Diretor da Casa de Cultura do município de Porto Real do Colégio – Alagoas.
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19 de março de 2013

O porto real

Seu território, às margens do Opara, como era chamdo o São Francisco, abrigava várias tribos indígenas: Cariris, Carapotás, Aconãs e Tupinambás, todas vivendo da caça e da pesca. Os bandeirantes, em busca de escravos, desarticularam a antiga vida tribal com sua cobiça. Os jesuítas vieram em seguida com o objetivo de catequizar os nativos e agrupá-los em uma aldeia central, por intermédio de um colégio onde ensinavam língua e religião. O colégio e o aldeamento ficavam próximos ao rio e de um porto à sua margem, protegidos pela coroa real portuguesa. Daí o nome.

O texto que recebeu grifo meu, procura explicar de forma suscinta como se originou o nome Porto Real do Colégio. Essa ideia é do historiador Douglas Aprato Tenório e encontra-se na Enciclopédia dos Municípios de Alagoas, publicada semanalmente pelo jornal Gazeta de Alagoas.
 
Perceba que no texto destacado as palavras Colégio, Porto e Real são os elementos que compõe o nome do atual município. Os nomes se entrelaçam ao contexto histórico vivido na época. Cada nome é um retalho que necessidade de cuidados para que a colcha tenha a sua importância.

Então, vamos conhecê-los por meio de referências. Dr. Aberlado Duarte, em seu Três Ensaios, pronucia-se assim:
O topônimo “Colégio” dado, a princípio, à povoação e, hoje, ao Município se prende, porém, evidentemente, à presença do Jesuíta e ao seu mistér de ensinar (Duarte: 1966, 170).

Para esse estudioso fica claro o porquê da inclusão do nome colégio ao da cidade. Referindo-se ainda a escola que havia no aldeamento, ela se chamava Colégio Real dos Jesuítas. Esta informação está registrada na Enciclopédia dos Municípios Brasileiros publicado pelo IBGE em 1950.
Apegando-se ainda a citação destacada, sugere o autor que a expressão porto real foi acrescida ao nome da cidade porque a coroa real, isto é, o império português mantinha em suas aldeias e vilas portos administrados pelo governo imperial. Para o Drº. Douglas Apratto Tenório a realeza do nome está intimamente relacionada a um local de embarque e desembarque e a presença da realeza aos seus súditos. Neste sentido, Abelardo Duarte apresenta outra explicação quando afirma que:
“(...) os Jesuítas denominavam o Rio S. Francisco real (…) (Duarte: 1966, 171)”.

Conjuga dessa mesma ideia Ernani Otacílio Méro, em seu livro: A Evangelização em Alagoas. Nele, diz:
“Não devemos esquecer que em Alagoas não existiu um Colégio e sim uma escola anexa à Residência e que o nome de Porto Real do Colégio não se prende a uma homenagem ao rei, como alguns pensam, e sim pelo fato dos inacianos terem batisado (sic) o rio São Francisco de 'Rio Rei'”. (Méro: 1995, 27).

Há, também, a versão escolhida pela tradição para justificar tal origem. Ela se encontra registrada no livro Colégio – Palmeira de Boaventura Vieira Dantas e no livro da Drª. Vera  Lúcia Calheiros da Mata, intitulado A Semente da Terra. Segundo aquele,

“Colégio, Colégio dos Índios ou Colégio dos Jesuítas, conforme era conhecido anteriormente à excursão de D. Pedro II, o magnânimo, à cachoeira de Paulo Afonso, e a sua, dele, passagem e visita aos índios e esta hoje cidade que passou daí em diante a denominar-se P. R. do Colégio (...)”. (Dantas: 1953, 183).

Todas as colocações devem ser levadas em conta, mas adianto que as que mais fundamento há são as apresentadas pelo Drº. Abelardo Duarte e Douglas Apratto Tenório. A versão da tradição não se sustenta e tratei desse assunto neste título: A orgigem do nome.

Irei em outro momento tratar considerações sobre as opiniões dos citados doutores para que se possa haver clareza sobre a etmologia do nome.


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