Seu território, às margens do Opara, como era chamdo o São Francisco, abrigava várias tribos indígenas: Cariris, Carapotás, Aconãs e Tupinambás, todas vivendo da caça e da pesca. Os bandeirantes, em busca de escravos, desarticularam a antiga vida tribal com sua cobiça. Os jesuítas vieram em seguida com o objetivo de catequizar os nativos e agrupá-los em uma aldeia central, por intermédio de um colégio onde ensinavam língua e religião. O colégio e o aldeamento ficavam próximos ao rio e de um porto à sua margem, protegidos pela coroa real portuguesa. Daí o nome.
O texto que recebeu grifo
meu, procura explicar de forma suscinta como se originou o nome Porto Real
do Colégio. Essa ideia é do historiador Douglas Aprato Tenório e
encontra-se na Enciclopédia dos Municípios de Alagoas, publicada semanalmente
pelo jornal Gazeta de Alagoas.
Perceba que no texto
destacado as palavras Colégio, Porto e Real são os elementos que compõe
o nome do atual município. Os nomes se entrelaçam ao contexto histórico vivido
na época. Cada nome é um retalho que necessidade de cuidados para que a colcha
tenha a sua importância.
Então, vamos conhecê-los
por meio de referências. Dr. Aberlado Duarte, em seu Três Ensaios, pronucia-se
assim:
O topônimo “Colégio” dado, a princípio, à povoação e, hoje,
ao Município se prende, porém, evidentemente, à presença do Jesuíta e ao seu
mistér de ensinar (Duarte: 1966, 170).
Para esse estudioso fica
claro o porquê da inclusão do nome colégio ao da cidade. Referindo-se ainda a
escola que havia no aldeamento, ela se chamava Colégio Real dos Jesuítas.
Esta informação está registrada na Enciclopédia dos Municípios Brasileiros
publicado pelo IBGE em 1950.
Apegando-se ainda a
citação destacada, sugere o autor que a expressão porto real foi acrescida
ao nome da cidade porque a coroa real, isto é, o império português mantinha em
suas aldeias e vilas portos administrados pelo governo imperial. Para o Drº.
Douglas Apratto Tenório a realeza do nome está intimamente relacionada a um
local de embarque e desembarque e a presença da realeza aos seus súditos. Neste
sentido, Abelardo Duarte apresenta outra explicação quando afirma que:
“(...) os Jesuítas denominavam o Rio S. Francisco real (…)
(Duarte: 1966, 171)”.
Conjuga dessa mesma ideia Ernani Otacílio
Méro, em seu livro: A Evangelização em Alagoas. Nele, diz:
“Não devemos esquecer que em Alagoas não existiu um Colégio e
sim uma escola anexa à Residência e que o nome de Porto Real do Colégio não se
prende a uma homenagem ao rei, como alguns pensam, e sim pelo fato dos
inacianos terem batisado (sic) o rio São Francisco de 'Rio Rei'”. (Méro: 1995,
27).
Há, também, a versão
escolhida pela tradição para justificar tal origem. Ela se encontra registrada
no livro Colégio – Palmeira de Boaventura Vieira Dantas e no livro da Drª.
Vera Lúcia Calheiros da Mata, intitulado
A Semente da Terra. Segundo aquele,
“Colégio, Colégio dos Índios ou Colégio dos Jesuítas,
conforme era conhecido anteriormente à excursão de D. Pedro II, o magnânimo, à
cachoeira de Paulo Afonso, e a sua, dele, passagem e visita aos índios e esta
hoje cidade que passou daí em diante a denominar-se P. R. do Colégio (...)”.
(Dantas: 1953, 183).
Todas as colocações devem
ser levadas em conta, mas adianto que as que mais fundamento há são as
apresentadas pelo Drº. Abelardo Duarte e Douglas Apratto Tenório. A versão da
tradição não se sustenta e tratei desse assunto neste título: A orgigem do nome.
Irei em outro momento
tratar considerações sobre as opiniões dos citados doutores para que se possa
haver clareza sobre a etmologia do nome.