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16 de junho de 2025

Flipriá: A Festa Literária de Propriá

Um convite à leitura, cultura e à vivência do universo literário regional

O que é a Flipriá

A Flipriá, ou Festa Literária de Propriá, é um evento singular que celebra a literatura e a cultura regional, reunindo escritores, leitores e apaixonados pela palavra. Este encontro cultural propõe não só o resgate das tradições literárias, mas também a criação de um espaço dinâmico para debates, oficinas, apresentações e trocas de experiências. Em meio ao cenário cultural brasileiro, a Flipriá destaca-se por ser uma manifestação que aproxima a comunidade e promove o acesso à arte e ao conhecimento, valorizando as raízes da nossa terra.


A Idealização: Ron Perlim

Tudo teve início com o idealizador: o escritor Ron Perlim, um dinâmico agente cultural de Porto Real do Colégio, Alagoas. Com uma trajetória marcada pelo amor à literatura e pelo engajamento com sua comunidade, Ron Perlim transformou a ideia de reunir autores e leitores em uma proposta concreta. Ao perceber a necessidade de incentivar a cultura na região e proporcionar um encontro que ultrapassasse os limites do convencional, ele concebeu a Flipriá como um espaço para que a literatura se tornasse elo de união, debate e inspiração. Essa iniciativa reflete não apenas a paixão pessoal de Ron pela escrita, mas também sua visão de que a cultura regional tem um papel fundamental na construção de identidades e na promoção do desenvolvimento social. 

 O Papel do Centro de Cultura de Propriá

A materialização da Flipriá contou com a colaboração e o empenho do Centro de Cultura de Propriá, instituição que se dedica a fomentar iniciativas culturais na cidade. Por meio desta parceria, o evento ganhou estrutura organizacional e logística adequadas, permitindo a realização de atividades que vão desde palestras e debates até oficinas de escrita e sessões de leitura. Essa articulação entre a visão criativa de Ron Perlim e o suporte institucional do Centro garantiu que a Flipriá se estabelecesse como uma referência cultural na região, consolidando sua missão de incentivar o acesso à arte e ao conhecimento de forma democrática e inclusiva. 

Edições do Evento

A primeira edição da Flipriá aconteceu nos dias 10 e 11 de novembro de 2022, marcando um ponto de partida para um evento que desde então vem se consolidando no calendário cultural de Propriá e do Baixo São Francisco. Este início pioneiro abriu caminho para novas edições, e informações disponíveis indicam que, logo após o sucesso inicial, a proposta evoluiu e ganhou continuidade, com uma edição subsequente realizada em 2023 e 2024. Cada edição tem contribuído para aprimorar o formato, expandir a participação do público e incluir novas dinâmicas que enriquecem a experiência dos participantes. Assim, a Flipriá não se resume a um evento isolado, mas sim a uma jornada cultural em constante renovação, que se adapta aos desafios e interesses de uma comunidade apaixonada pela literatura.

Impacto Cultural e Perspectivas Futuras

A Flipriá vai muito além de uma simples feira de livros. Ela é um catalisador de discussões, uma plataforma que revela o potencial transformador da literatura para questionar, educar e inspirar. Cada edição do evento reforça a importância de preservar a memória cultural e incentivar novas vozes, promovendo a democratização do acesso à arte. Com a visão de Ron Perlim e o suporte do Centro de Cultura de Propriá, as futuras edições prometem expandir horizontes, aproximar ainda mais os leitores e consolidar a Flipriá como um ponto de encontro irreverente para todos que acreditam no poder das palavras e na força transformadora da cultura. Na edição de 2025, o tema abordado será: Fake News, Desinformação e Redes Sociais. Assunto indispensável que merece atenção e muito debate.

Conclusão

A Flipriá, idealizada por Ron Perlim e realizada pelo Centro de Cultura de Propriá, é uma celebração viva da literatura e da cultura regional. Com sua primeira edição realizada em novembro de 2022 e a continuidade do evento em 2023, ela reafirma o compromisso de promover o acesso à cultura e de fortalecer a identidade local. 

Para saber sobre a edição de 2025, acesse:

Flipriá 

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23 de abril de 2025

Muritaê

ANÁLISE CRÍTICA 

Por Dilma de Carvalho 

As histórias narradas em Muritaê são ricas de vocabulário, uma linguística que aguça a curiosidade por conhecer mais a cultura dos povos ancestrais/originários do Brasil. Além do farto conteúdo que explora o linguajar indígena, mostra sua influência no vocabulário utilizado por qualquer nativo brasileiro, pois, está enraizado na cultura de todos os povos, mesclando-se aos diversos dialetos que passaram pelo Brasil, desde sua redescoberta pelos europeus portugueses até os dias de hoje.

Para além de enriquecer o vocabulário brasileiro, textos que abordem a cultura dos originários e tragam à tona as questões ambientais, vividas com mais ênfase no século XXI, devido à destruição dos recursos naturais por meio do desmatamento e do processo de subversão dos valores éticos, morais, religiosos e financeiros, são de muita importância para a manutenção das culturas, através da valorização da memória dos mais velhos, em função da transmissão de conhecimentos aos mais jovens.

Analisando do ponto de vista literário, um livro que traga, em sua essência divisória, textos curtos, de fácil domínio popular e que tenham a clássica intenção de atrair, conquistar e manter o leitor atento e curioso pelos desfechos, faz o elo perfeito com o público alvo a que se destina Muritaê.

São pequenos capítulos, com diversidade de personagens e contos/causos contados por indígenas que alinhavam a necessidade da manutenção de histórias perspicazes com o fazer artístico de narrar/escrever de modo simples, direto e para uma juventude, hoje, mais antenada com a velocidade da luz do que com o desenvolvimento catedrático do ato de ler.

Há em Muritaê características literárias do conto (texto curto) com tempos e espaços diversos, próprios do romance. Enquanto desenvolve um enredo sobre as culturas indígenas afasta-se do Indianismo propagado pelos nossos clássicos escritores do Romantismo brasileiro (1836) que se caracterizou pela busca de uma identidade nacional e pelo resgate das tradições da cultura e do folclore populares, porém, sem se atentar para as individualidades e para o protagonismo dos povos originários como detentores de uma história verdadeira.

Além das características de um indianismo real e atual – povos originários pertencentes à cultura brasileira como qualquer outro povo, ressignificando termos como indígena, ao invés de índio para se referir ao povo, aldeia, ao invés de tribo, para se referir ao seu habitat, Muritaê também traz a reflexão pedagógica da necessidade de preservação da natureza como real fonte de vida, da natureza que alimenta, mata a sede, abriga, acolhe o nascer das vidas e guarda a semente do renascer, em seu útero “recíclico”.

Leitura leve, “enredadora”, educativa, e, acima de tudo, fiel aos seus contadores legais.

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