23 de novembro de 2018

Porto Real do Colégio: História e Geografia


O próprio nome do livro diz respeito a História e Geografia do município de Porto Real do Colégio, nas Alagoas. Nele, ainda há um apêndice intitulado É bom saber! O conteúdo histórico fala da origem da cidade, as primeiras expedições, a colonização, o aldeamento e outros fatos relevantes que aconteceram na época. Quanto aos aspectos geográficos, o leitor compreenderá a localização de Colégio no mapa de Alagoas e na microrregião de Penedo, seus limites, a população, sua formação étnica e outros dados relevantes. É claro que o autor não poderia esquecer da parte cultural, onde  as lendas e mitos são citados, a produção artesanal e outras manifestações do povo. A seção É bom saber traz uma novidade: Colégio teve um representante no Senado Federal através do projeto O Jovem Senador. 
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6 de junho de 2017

Leis e estatuto

Prefeitura Municipal

Estão disponíveis para downloads as leis municipais que trata do servidor público do município de Porto Real do Colégio - Alagoas.
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27 de fevereiro de 2017

Inauguração da Ferrovia Palmeira-Colégio (15 de dezembro de 1950)

Por Hadrianos da S.R.

O texto abaixo foi copiado do livro Palmeira - Colégio, do jornalista, político, comerciante e escritor
Boa Ventura Vieira Dantas (14/07/1896 - 04/11/1964), publicado em 1953. E representa o relato dele sobre a inauguração do trecho da Rede Ferroviária, entre Palmeira dos Índios e Porto Real do Colégio, no caminho de várias outras cidades alagoanas como Arapiraca, Olho d'Agua Grande, etc. Junto a descrição, duas imagens do momento da inauguração. Vale Ressaltar a força intelectual do Sr. Boa Ventura Dantas, que entre os anos de 1937 a 1950, fez do papel e da caneta suas armas para lutar pela
construção da linha férrea, projeto que segundo ele, foi pensado desde os primeiros anos de 1900, e que só pôde ser concretizado em 1950, estabelecendo um corredor de transporte do Rio Grande do Norte até o Sul do Brasil. A cidade de Propriá, desde 1915, já contava com uma linha ferroviária, que fazia a ponte até Salvador. Vários foram os textos publicados no Jornal "A Defesa" de Propriá, estando o senhor Boaventura entre os jornalistas da Associação Sergipana de Imprensa, sob a matrícula nº 166. É dele, inclusive, o projeto do feriado de emancipação política de Porto Real do Colégio, aprovado em 1948. Substantivas foram suas contribuições a esse município, contudo, nada a este legitimo colegiense foi dado em sua homenagem, infelizmente, essa cidade possui uma cultura de não preservar a memória de seus munícipes, ou pior, de só render homenagens a suas figuras mais obtusas, salvo raríssimas exceções.


De qualquer forma, a História trabalhada nessa fan page está aqui para resgatar parte das memórias que ainda não foram apagadas pela ausência de uma cultura cidadã. 
Segue abaixo o texto. Uma boa leitura.

XXXIII

E o sonho transmudara-se em aurifulgente realidade, realidade que empolga milhares de nordestinos do Rio Grande do Norte a Alagoas, sonho de importância capital para o nosso país, pois está praticamente ligada a formosa e brava região nordestina a todo o sul do nosso sempre querido Brasil.

Não só ao Rio de Janeiro e São Paulo, mas a todas as unidades meridionais e mesmo a um país visinho: o Uruguai, antiga Cisplatina, ex-Pronvíncia brasileira.
Eram 12 horas e quarenta minutos, quando garbosamente ingressava em nossa cidade, que se encontrava engalanada e repleta de enorme multidão concentrada nas imediações da estação e em todas as ruas da cidade, a locomotiva n. 315, atrelada à vanguarda de seis carros, sendo dois da administração, dois de 1ª classe, um carro restaurante R-8 e um de bagagens, fedendo o ar, a essa hora inúmeras girândolas de foguetes, apitando locomotivas, repicando os sinos centenários de nossa Matriz, como que, em nome de Deus, abençoando o festivo e histórico evento, tocando o Hino Nacional, e depois belíssimas peças do seu repertório a “Filarmônica Santo Antonio”, iniciando-se logo após o desembarque da comitiva que estava assim constituída: eng. Cornélio da Fonseca Júnior, chefe do Distrito Fiscal, do D. N. E. P.; eng. Lauriston Pessoa Monteiro, chefe do Distrito de Construção – 3, do mesmo departamento; coronel Braulio Guimarães, chefe da Comissão da Rede 7, do glorioso exército de Caxias; coronel Raul Malheiros, representando o comando da Zona Aérea; eng. Brito Pereira, administrador da Great-Western; eng. R. H. sub-diretor da mesma empresa nacionalizada; eng. Aquilio Porto, Chefe do Tráfego; eng. Lafaiete Bandeira, chefe de transportes; eng. Nacional; eng. Orlando Rocha, chefe de Obras Novas; eng. Emanuel Nazareno, chefe da Via Permanente; eng. Terence Hanson, chefe de Obras; Paulo J. Castilho e Nelson Miranda, engenheiros Assistentes da Diretoria; eng. Hélio Lobo, Diretor da “Estrada de Ferro Sampaio Correia” e eng. Humberto Torres da mesma Empresa; eng. Malta Cardoso, chefe de uma das firmas que forneceram material para a construção do trecho recém-inaugurado. 

Representando a imprensa do Recife vieram os jornalistas Paulo Couto Malta, Pela “Associação de Imprensa” e Diário de Pernambuco”, Dr. Carlos Luiz de Andrade, pela “Folha da Manhã” (Edições matutinas e vespertinas) e Gaston Manguinho pelo “Jornal do Comércio”, “Diário da Noite” e Rádio Jornal do Comércio”, representantes do “Jornal de Alagoas” e “Gazeta de Alagoas”, da capital alagoana, jornalistas Correia Lima e Ernesto Aminthas, respectivamente; representaram a Imprensa sergipana os jornalistas Jaime Laudario, José O. Carvalho, Antônio Tavares, Edgar Vieira de Lima e Josias Nunes, do corpo redacional do “Correio de Propriá”, Deputados Joaquim Viegas e Pe.
Medeiros Neto, da bancada federal alagoana. Após a chegada realizaram-se as cerimônias de leitura e assinatura da ata, seguidos de vários discursos. 

Em nome do Prefeito do Município falou o nosso prezado confrade Dr. Josias Nunes.
Em seguida falou o eminente alagoano Dr. Joaquim de Barros Viégas, que foi grandemente ovacionado e, em nome da imprensa de Pernambuco e do das Alagoas, o jornalista Dr. Carlos Luiz de Andrade.

Logo depois rumavamo-nos para o local em se realizara o formidável banquete de 240 talheres, que o grande eng. E patriota, êmulo do Barão de Mauá, Dr. Camilo Collier, chefe da renomada E. C. C. C. Ltda., oferecia às autoridades, jornalistas e convidados, onde ao champagne o eng. Adhemar Benévolo, em nome do D. N. E. P., fez um brilhante discurso, perorando com as seguintes frases: “Bebo a saúde do Rio São Francisco. Elevo a minha taça em louvor de sua honra, de sua glória, de sua grandeza e de sua majestade”. Em nome do Prefeito local falou mais uma vez o nosso estimado confrade Dr. Josias Nunes.

Após, falou eloquentemente o talentoso eng. Dr. Camillo Collier, que focalizou a sua, dele, luta em prol da construção da estrada recém-inaugurada, tecendo um hino de louvor aos humildes “cassacos”, agradecendo o apoio dos governos federal, estadual, da bancada alagoana, da imprensa Nordestina, do povo da região beneficiada. Perorando, rendeu um comovente preito de homenagem ao crepe e à saudade, recordando a figura do grande e saudoso eng. patrício Gordilho de Castro, aquele que já do seu leito de morte, procurando conhecer do andamento das obras de ligação Palmeira – Colégio, deixou sair de seus lábios esta frase, sintetizando o seu amor, o seu grande amor à obra que tanto ajudou a
crescer: - “Lamento morrer e não ver concluído aquele trecho”. 
Depois falaram brilhantemente sobre o feliz e renomado evento os grandes oradores e parlamentares alagoanos, Deputados Pe. Medeiros Neto e Dr. Joaquim de Barros Viégas, os quais foram delirantemente aplaudidos.

Encerremos com o presente artigo a série que iniciamos há quase dois decênios, tendo por objetivo a ligação ferroviária entre o nordeste e o extremo sul do meu país, como n’um caloroso abraço representativo do progresso e da união entre filhos de uma mesma Pátria, até então desconhecidos ....

Ao eminente estadista Dr. Getúlio Vargas, aos generais Pedro Aurélio de Góes Monteiro e Eurico G. Dutra, o Presidente imortal, à bancada alagoana, aos Drs. Camilo, Pedro e Luiz Collier, deixamos aqui consignada a nossa eterna e imorredoura gratidão, em nome do povo, do bravo, dinâmico e bom povo Nordestino.

Colégio, Alagoas, 15 de dezembro de 1950.
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24 de maio de 2015

Rapadura vermelha

Nhenety

Por Nhenety Kariri-Xocó
Guardião da Tradição Oral

Somos índios evoluídos sim. Estamos aqui há muito tempo, antes de Colombo chegar na América. E como todos os povos, desde o início de nossa civilização, vivemos evoluindo. Com a invasão, fomos forçados a um grande processo evolutivo cheio de sofrimentos. No Nordeste temos 500 anos de resistência e ainda contamos nossa história.

Foram feitos aldeamentos para diminuir nossos territórios, foram implantados colégios jesuíticos para tirar nossa língua, para impor uma religião, mudando nossa estrutura sociocultural. Se nossas casas estavam dispostas em círculos, impuseram as linhas retas. Se vivíamos em uma grande maloca coletiva, os padres botaram um casal por casa. O índio cuidava de sua subsistência e foi forçado a trabalhar para a Igreja, para a acumulação de bens. Quando o índio precisava de algum produto ia na floresta e colhia, depois foi obrigado à força a ir além de seu limite físico e muitos morreram carregando bens para outros, tirando além do certo. O novo sistema trouxe a devastação da Natureza e a extinção de etnias, de animais e de vegetais.

Uma comunidade indígena expressava sua potencialidade quando tinha mais de 300 pessoas, cada indivíduo com sua função social no coletivo e, quando os invasores exterminavam noventa por cento da população de uma etnia, os trinta indígenas sobreviventes não podiam mais expressar a sabedoria dessa cultura, ficando desestruturados. Daí a estratégia do invasor era juntar em um espaço só trinta sobreviventes de uma etnia, com vinte de outra e dez de outra; confinados a um lugar só, criando uma nova confusão, homogeneizados através da imposição do uso da língua portuguesa, suprimindo todas as religiões. Os indígenas ou morriam na luta ou morriam lentamente na ditadura do aldeamento, morrendo culturalmente.

Um amigo Kiriri me ensinou assim: A partir da colonização, nós indígenas não mais vivemos mas SOBREVIVEMOS. O índio que vive está em harmonia com a Natureza. Mas hoje, nós só sobrevivemos; temos pouca terra; o sistema nos incomoda; continuam tirando nossas terras, nossa educação tradicional, nossa religião. Índio e Terra são indivisíveis. Terra é Mãe, é Avó, é família, é tudo. Tudo isso está vivo. Temos nossa memória viva. A terra também tem sua memória. Na terra está registrado tudo. Se escavar vai encontrar ponta de espadas por cima da ponta da flecha, cacos de barro de nossos antepassados, urnas funerárias de cerâmica quebradas e as moedas do invasor.
Nós indígenas passamos todas as fases do Brasil; desde antes dos espelhinhos e da tinta vermelha... Foram muitas as estratégias para nós indígenas deixarmos de ser nós mesmos e funcionarmos como uma peça do capitalismo. A educação foi e é usada para isso.

Nos primeiros tempos da colonização foram colocados os povos diferentes, de culturas e línguas diferentes. Cada povo tinha sua educação originária de caráter natural. Essa educação era um sistema adaptativo; adaptado à Natureza. Os indígenas viviam sempre em harmonia com a Natureza; em sintonia com a Mãe Terra, até os colonizadores instalarem um novo sistema. Tiraram os caciques e colocaram os capitães-mor; tiraram os Pajés e botaram os padres. Fizeram o plano para a retirada dos conhecimentos dos povos e implantar uma nova mentalidade: a da produção capitalista. Primeiro, destruíram a mata atlântica para vender a tinta vermelha na Europa; depois, colocaram a cana de açúcar para produzir açúcar para Europa. Substituíram a mata por cana e botaram índios como escravos. A essa fase do Brasil eu chamo de Memória da Rapadura; que veio logo depois da Memória das miçangas e antes da memória das pedras brilhantes.

Contato:

nhenety.indiosonline@gmail.com
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4 de abril de 2015

Viu o home?

Acaba de ser publicado o livro “Viu o home?”, de autoria de Ronperlim. Esse livro é uma coletânea de crônicas publicadas no site Tribuna da Praia desde 2007.

Viu o home? agradará a todos que gostam de um bom texto, especificamente aqueles que se interessam pela política. As personagens e ambientes têm como inspiração o Baixo São Francisco.
Sobre o livro:

A expressão Viu o home? é muito comum nas cidadezinhas. Ela identifica e valoriza os gestores públicos municipais. 

É conhecido de quem fala e de quem ouve, além de expressar uma maneira de respeito, apreço. De forma geral, é a identidade de quem exerce o poder político e é conhecido da população. 

home, visto como alguém capaz de solucionar problemas de caráter político e eleitoral; mesmo que para isso seja necessário quebrar regras, desrespeitar costumes, violar leis. E deve estar pronto para isso. 

É alguém supervalorizado, endeusado, cobiçado pelas vantagens que pode propiciar. Por isso não lhe falta camarilha, financiadores, nem os paparazzi das línguas.  

home é a expressão centralizadora, de decisão final, de liberação, de benefícios, favores, repreensão, afronta, crueldade, perseguição e endeusamento atribuídos aos empregados eletivos. É isso que você lerá neste livro.

Ficha do livro:
Titulo: “Viu o home?”
Autor: Ronperlim
Editora: Letras e Versos
Nº páginas: 87
Preço: R$ 20,00

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