A
estrofe um trata de aspectos físicos do colégio jesuítico e das enchentes do
Rio São Francisco, como pode ser observadas nos versos transcritos:
Sobre pilares que
o punha
Ao abrigo das
grandes enchentes
Tu foste
construído e se fez
Soberano a nossa
gente.
A
segunda fala de um suposto nome “verdadeiro” para a cidade, mas refutado pelas
referências mais antigas. Quanto a expressão rio rei, esta foi
emprestada do dr. Aberlado Duarte, na obra Três Ensaios, onde defende a
ideia de realeza incluída ao nome da cidade.
A vista do imenso
Brasil
Um Colégio do
Porto
Real para
enaltecer
O glorioso rio
rei
A
terceira da miscigenação de índios, colonizadores e negros. Quanto às
“bravuras”, elas se aplicam as conquistas religiosas que não foram grande coisa
do ponto de vista indígena porque elas trouxeram graves consequências para eles
até os dias atuais. A palavra bravura não pode ser compreendida como fato
heroico, mas como estratégia do governo como meio mais brando de colonizar os
silvícolas por meio da fé católica.
No berço da tua
história
A miscigena
cultura,
De
jesuítas bravuras,
O
índio, o afro, o colonizador.
O
refrão faz uma alusão à praga da peste em 1911 que estimulou a vida de São
Roque para a paróquia devido a um suposto milagre realizado por esse “santo”.
Em que estende o
teu esplendor.
Sê de Deus
criador,
- Na peste
vencedor –
O louvor a Roque
e a Conceição pura.
A
estrofe de número quatro diz respeito às manifestações culturais do município,
expressas pela confecção de peças usando argila, pesca artesanal, danças,
bordado e alguns folguedos que não mais existem.
Exaltar a riqueza
do barro,
Da pesca, da
rizicultura,
Dos reisados,
torés, pastoris,
Dos bordados, dos
cocos, guerreiros.
Por
fim, a última declama o amor do colegiense por sua terra, que fazem parte desse
amor os que já se foram, os que estão e os que virão.
Acordar com o teu
sol, numa canção:
De amor por ti.
E os teus filhos
passados, presente e futuros...
Em tua noite irão
sonhar e te eternizar.